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quinta-feira, 1 de abril de 2010

TRINDADE - ESTUDO 1

CRER IMPLICA EXPERIMENTAR

A doutrina cristã da Trindade é biblicamente explicada pelos seguintes fundamentos:
1) Há um só Deus (Dt 6.4; Is 43.10; 45.5-6);
2) Esse único Deus é uma pluralidade de pessoas (Gn 1.26;3.22;Is 6.1-8 comparado com João 12.37-41 e Atos 28.25);
3) Há três pessoas que são chamadas Deus e que são eternas por natureza: o Pai (2Pe 1.17), o Filho (João 1.1;20.28;1Jo 5.20) e o Espírito Santo (Atos 5.3-4).

A doutrina da Trindade é crucial para o cristianismo. Ela se ocupa em responder quem é Deus, como trabalha e a forma pela qual se tem acesso a Ele. A posição que adotamos em relação à Trindade exerce profunda influência em nossa cristologia e em nossa prática cristã. No centro da fé cristã está o Único Deus, todavia, é percebido de maneiras diversas por nós seres humanos (pense por exemplo num prisma, que divide nossa percepção acerca da luz num espectro de cores variadas).

Para um conceito cristão de Deus é fundamental o entendimento que Deus não pode ser reduzido a uma “idéia” ou uma “força”. Segundo a concepção bíblica, Deus é uma Pessoa. Se Deus fosse apenas uma categoria filosófica, o caminho apropriado para conhecer Deus seria a reflexão racional. Como, porém, Deus é uma Pessoa, o único meio de conhecê-lo é por meio de um encontro pessoal com essa Pessoa. Quem pode dizer que “conhece” uma pessoa antes de encontrá-la, cultivar a comunicação com ela e ter com ela um relacionamento pessoal? Portanto, se aqui defendemos o “experimentar” como caminho para conhecer Deus, isto não tem nada a ver com algum ensino místico especial. Não é possível imaginar a fé cristã sem a dimensão da experiência. Deus não pode ser conhecido “em si”, Ele pode ser compreendido unicamente em relação conosco.

É muito esclarecedor ver que o Antigo Testamento usa para o verbo “conhecer” a mesma palavra que para “ter relações íntimas” (yada). O conhecimento de Deus, portanto, na concepção bíblica, pode ser comparado, sem problemas, ao encontro inteiro e prazeroso entre um marido e sua esposa. A figura de um professor de teologia enterrado em seus livros não é um modelo apropriado de “conhecimento” no sentido bíblico, mas a relação íntima entre cônjuges sim. O fato de muitos acharem esta afirmação ofensiva mostra quanto nossa concepção de Deus se distanciou da Bíblia.

Se você pesquisar na internet (Google ou Wikipédia) sobre o tema religião, independentemente do idioma, você verá descrições etimológicas, históricas e antropológicas variadas, mas em nenhuma delas você verá algum tipo de associação a outras palavras como “experiência”, “encontro”, “prazer”. Quase todas as associações trazem verbetes como “sacerdote”, “cemitério”, e pasmem “partido comunista”. Resumindo; categorias cristãs centrais como experiência, encontro e prazer – conceitos sem os quais a fé cristã praticamente deixa de existir – são esquecidos ou substituídos. Lembramos que esta pesquisa revela-nos mais nossa visão de cristianismo da vida real do que nos agrada.

Usaremos para melhor compreensão deste estudo sobre a Trindade, imagens gráficas. Lembrando que usamos de metáforas para explicar e compreender melhor as verdades bíblicas, e nosso gráfico será mal entendido se meramente o interpretarmos no sentido de que nós seres humanos percebemos Deus de modos diferentes. O próprio Deus se revelou de três maneiras diferentes. O que hoje chamamos de “doutrina da Trindade” no princípio era apenas uma categoria de experiência. Os primeiros cristãos conheciam Deus como Criador, conheceram a Jesus em carne como Deus, e sentiram o poder do Espírito Santo em sua vida. Em outras palavras: eles experimentaram Deus de três maneiras distintas – e com base nisso, pensaram sobre a Trindade. Tanto antigamente como hoje, o que importa não é que creiamos somente na Trindade, mas que creiamos de modo trinitário, isto é, que experimentemos Deus de maneira tríplice.

Até semana que vem.

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