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quinta-feira, 22 de março de 2012
INTRODUÇÃO AO LIVRO DO APOCALIPSE
ESTUDOS NO LIVRO DO APOCALIPSE - INTRODUÇÃO AO LIVRO
1. O TERMO “APOCALIPSE”
O vocábulo português “revelar”, derivado do latim “revelare”, é geralmente a tradução do termo hebraico “galô" e do termo grego “apokalypto” (substantivo, apokalypsis = significa "revelação", formada por "apo", tirado de, e "kalumna", véu), que corresponde a “galô” na Septuaginta e no Novo Testamento. Os escritores clássicos traduziram a palavra “apocalipse” por “revelação”, e esta foi vertida para o latim com tal sentido, em razão de o verbo “revelar”, que freqüentemente é empregado nas Escrituras ter este sentido (Pv 11.13 e Dn 2.22, 28). (A revelação tem dois pontos focais: os propósitos de Deus; a pessoa de Deus).
- O Apocalipse não revela apenas o princípio de formação do grande plano de Deus na obra da redenção, mas de um modo particular, seu desenvolvimento e consumação.
2. SEU CONTEÚDO
Seu conteúdo se compõe de: 22 capítulos, 404 versículos, 12000 palavras e 9 perguntas: (5.2; 6.10,17; 7.13; 13.4(duas vezes); 15.4; 17.7; 18.18).
O livro é composto ao redor do simbolismo do número sete. Raiz de origem hebraica que significa “ser completo, satisfeito, ter suficiente”, e transmite a ideia de perfeição ou totalidade. O papel importante que este número tem no Apocalipse é provado pelo fato de João usá-lo não menos que 50 vezes.
3. O AUTOR.
O autor desta grande obra é o próprio Deus. É esta (diz H. H. Halley) a primeira declaração do livro. Do ponto de vista humano, é atribuído a João, “o filho de Zebedeu” (Lc 5.10; Ap 1.1,4,9; 22.8). A autoria do Apocalipse a pessoa de João, é comprovada tanto pelas provas externas como internas:
(a) Provas externas. Segundo tradição bem estabelecida, desde a época dos Pais Apostólicos (Irineu 190Dc, Policarpo,entre outros).
(b) provas internas. O próprio autor diz que seu nome é JOÃO, descreve-se como “servo” de Deus (1.1), e como um dos “profetas” (22.9). Com exceção de 1 Coríntios, Apocalipse é citado com o nome do autor antes de qualquer outro livro do Novo Testamento. Em seu Evangelho e Epístolas, João escreve na terceira pessoa, mas no Apocalipse, menciona seu nome cinco vezes na primeira pessoa (1.1,4,9; 21.2; 22.8). Houve trovão quando Deus escreveu as primeiras palavras da Bíblia (cf. Êx 19.16). Assim, suas últimas palavras só podiam ser escritas por João, “o filho do trovão” (Mc 3.17 e Ap 22.18).
4. DATA EM QUE FOI ESCRITO.
Irineu e Eusébio afirmam categoricamente que o Apocalipse foi escrito no tempo de Domiciano. Esse testemunho foi aceito sem hesitação por Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerônimo. A data fixada por esta escola de interpretação, é o ano 96 d.C. Nesta possível data, Domiciano decretou o “culto ao imperador”, fazendo disso uma prova de lealdade ao império. Os cristãos, provavelmente, se recusaram a adorar o imperador como se fosse um “deus”. E as consequências foram desastrosas para os santos naqueles dias. Este imperador desalmado deportara também a João para a ilha de Patmos “por causa da Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo” (1.1).
5. CONCEITOS E MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO.
O Apocalipse tem sofrido vários pontos de vista de interpretações, tanto no passado como no presente, sendo, porém, cinco defendidos com mais veemência:
(a) O ponto de vista preterista. (Do passado). Este método é praticamente oposto ao método futurístico. Os futuristas afirmam que nada do livro (com exceção dos capítulos 1,2, e 3) se cumpriu ainda. Os preteristas, no sentido restrito do termo, afirmam que todo o livro foi já cumprido nos dias do império romano, no primeiro século da nossa era, embora, talvez haja acontecimentos relacionados ao segundo século.
(b) O ponto de vista histórico. Os intérpretes que assumem essa posição procuram encaixar todos os acontecimentos previstos no Apocalipse em várias épocas da história humana.
(c) O ponto de vista futurista. Esse ponto de vista aceita que os acontecimentos narrados nos capítulos 1,2 e 3, são de fato históricos, e tiveram seu cumprimento nas igrejas existentes naqueles dias, no pequeno Continente da Ásia Menor. Porém, no que diz respeito aos seus métodos de aplicação, têm servido para as igrejas de todos os tempos. A partir do capítulo 4 o livro é completamente futurista, e terá o devido cumprimento durante o período sombrio da Grande Tribulação, seguido pelo Milênio; depois virá a Eternidade.
(d) O ponto de vista simbólico. (Ou místico). Os eruditos dessa escola crêem que o livro do Apocalipse não é essencialmente profético e nem histórico, mas é uma vívida coletânea de símbolos místicos, que visam a ensinar lições espirituais e morais. São os idealistas que, somente vêem no livro apresentações simbólicas do conflito entre o bem e o mal, e da vitória final do bem.
(e) O ponto de vista eclético. (Citado pelo Dr. Russell Norman Champrin, Ph. D.). Alguns intérpretes do Apocalipse “misturam” todas as idéias expostas acima, de modo que nenhuma domina: as demais. Não há dúvida de que devemos preservar “alguns elementos” (mas não todos) de cada um desses métodos apresentados sobre o livro, em um grau ou outro. O livro ensina-nos lições morais e místicas, aplicáveis a qualquer época. Contudo, certamente erraremos, se não contemplarmos o livro do Apocalipse como obra “essencialmente profética”, e da primeira ordem.
6. COMO ESTUDAR O LIVRO DE APOCALIPSE
Seu propósito principal é confortar a igreja militante em seu conflito contra as forças do mal. O livro está cheio de consolações para os crentes afligidos. A eles é dito:
a) Que Deus vê suas lágrimas— 7:17; 21:4
b) Suas orações produzem verdadeiras revoluções no mundo - 8:3-4
c) Sua morte é preciosa aos olhos de Deus -14:13
d) Sua vitória é assegurada - 15:2
e) Seu sangue será vingado - 6:9; 8:3
f) Seu Cristo governa o mundo em seu favor - 5:7-8
g) Seu Cristo voltará em breve - 22:17
O tema do livro de Apocalipse é a vitória de Cristo e de sua igreja sobre Satanás e seus seguidores (17:14). A intenção do livro é mostrar que as coisas não são como parecem ser. O diabo, o mundo, o anticristo, o falso profeta e todos os ímpios perecerão, mas a igreja triunfará. Cristo é sempre apresentado como Vencedor e conquistador (1:18; 5:9-14; 6:2; 11:15; 19:9-11; 14:1,14; 15:2-4; 19:16; 20:4; 22:3. Jesus triunfa sobre a morte, o inferno, o dragão, a besta, o falso profeta, a babilônia e os ímpios.
7. COMO ENTENDER A DIVISÃO DO LIVRO DE APOCALIPSE
• O livro de Apocalipse deve ser visto não como uma mensagem que registra os fatos em ordem cronológica, mas temos no livro sete seções paralelas e progressivas.
• Cada seção descreve todo o período que compreende da primeira à segunda vinda. Cada sessão descreve uma cena do fim.
• A cena do fim vai ficando cada vez mais clara e até chegar ao relato apoteótico da
última sessão.
• Essas sete seções estão divididas em dois grandes períodos (1-11) e (12-22). A primeira descreve a perseguição do mundo e ímpios e a segunda a perseguição do dragão e seus agentes.
- Primeira Seção (1-3) - Os sete candeeiros
• Qual é a lição dessa seção? É que Cristo tem o controle da igreja em suas mãos.
- Segunda Seção (4-7) - Os sete selos
• Qual é a mensagem dessa seção? É que ele tem o controle da história em suas mãos (5:5).
- Terceira Seção (8-11) - As sete trombetas
• Nesta visão vemos a igreja vingada, protegida e vitoriosa.
• Havendo começado com o Senhor como nosso sumo sacerdote no capítulo (8:3-5), avançamos até o juízo final em (10:7; 11:15-19).
• Uma vez mais estamos tratando das mesmas coisas - O senhor e sua igreja e o que lhes sucede no mundo, o juízo final, os redimidos e os perdidos.
• As trombetas são avisos antes do derramamento completo das taças da ira de Deus. Antes de Deus punir finalmente, ele sempre avisa.
- Quarta Seção (12-14) - A tríade do mal
• Novamente voltamos ao início, ao nascimento de Cristo (12:5). Depois vem a perseguição do Dragão a Cristo e à igreja (12:13). Ele levanta a besta e o falso profeta. Finalmente, vem a cena do juízo final (14:8).
• Em (14:14-20) há uma cena clara do juízo final.
- Quinta Seção (15-16) -As sete taças
• Descreve as sete taças da ira, representando a visitação final da ira de Deus sobre os que permanecem impenitentes.
• Uma vez mais a cena começa no céu relatando o Cordeiro com seu povo. Mas no capítulo 16 vemos uma espantosa descrição do juízo (16:15,20).
- Sexta Seção (17-19) - A derrota dos agentes do Dragão
• Há um relato da destruição dos aliados do Dragão: A meretriz (18:2), a besta e o falso profeta, os seguidores da besta e em contrapartida a igreja é apresentada como esposa de Cristo (19:20). A grande festa da núpcias ocorre; o juízo final chegou outra vez e a uma grande distinção entre redimidos e perdidos ocorre novamente. No capítulo 19 há uma descrição detalhada da gloriosa vinda de Cristo (19:11-21).
- Sétima Seção (20-22)
• Essa seção mostra o Reinado de Cristo com os santos.
- Observação
• Apesar de essas seções serem paralelas, elas são também progressivas. A última seção leva-nos mais além para o futuro que as outras.
NA SEMANA QUE VEM, PERMITINDO O SENHOR, UMA ANÁLISE DO CAPÍTULO 1.
ATÉ LÁ
GRAÇA E PAZ.
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