CAPÍTULO 18: A QUEDA DA
BABILÔNIA
INTRODUÇÃO
-
Babilônia neste texto é mais um símbolo do que um lugar. Aqui é um símbolo da
rebelião humana contra Deus. É o sistema do mundo que opõe contra Deus.
-
Nos capítulos 14 a 16, João se encontrava no céu, nesta visão, entretanto, ele
está na terra e contempla com grande expectativa a queda da grande Babilônia.
- No
capítulo 18. João ouviu quatro declarações que sintetizam a queda da Babilônia.
1ª
DECLARAÇÃO DE CONDENAÇÃO (1 – 3)
- A
queda da Babilônia é um fato consumado nos decretos de Deus - v. 2
• A
queda aqui não é apenas aquela prevista por Isaías (Is 13:19-22) e Jeremias (Jr
51:24-26), a Babilônia história. A queda aqui é a queda da Babilônia escatológica,
o sistema religioso, econômico e político sem Deus e anti-Deus (Ap 18:2).
- A
Babilônia, torna-se morada de demônios - v. 2
•
Isso significa um lugar totalmente destituído de Deus, da sua Palavra e do seu
povo.
- A
queda da Babilônia é em razão da sua natureza infernal - v. 2-3
• O
sistema religioso e econômico da Babilônia poluiu o mundo inteiro, levando as
pessoas a adorarem o dinheiro e se prostrarem diante de outros deuses.
• Os
homens embriagados pelo espírito da Babilônia amaram o mundo e as coisas que há
no mundo. Impiedade sempre vem acompanhada de perversão. Quando a religião
abandona a verdade, ela entra pela porta da perversão (delícias = strenos =
luxúria).
2ª
DECLARAÇÃO DE SEPARAÇÃO (4-8)
- A
ordem de Deus é para sua igreja sair desse sistema do mundo - v. 4
• Em
todo o tempo a igreja de Deus deve aparte-se do mal, do sistema do mundo, da falsa
religiosidade. Portanto, esse sair não é geográfico e sim espiritual (ex.:
Abraão, Ló, Israel e a Igreja). Compare com Jeremias 51.25.
- Deus
não apenas ordena a igreja a sair da Babilônia, mas dá razões para isso -v. 4-8
a)
Para que a igreja não se torne cúmplice de seus pecados (v. 4)
b)
Para que a igreja não participe dos flagelos que sobrevirão à Babilônia (v. 4)
c)
Para que a igreja entenda quais são os critérios do julgamento divino (v. 6-8)
d)
Para que a igreja entenda que o juízo de Deus virá repentinamente (v. 8)
3ª
DECLARAÇÃO DE LAMENTAÇÃO (9-19)
Essa
parte do texto mostra o lamento dos reis, dos mercadores e dos marinheiros ao
verem a derrocada da Babilônia e futilidade de seus investimentos.
- O
lamento dos reis e dos homens poderosos, homens de influência da terra -v. 9-10
•
Esses reis são os políticos e aqueles que se renderam às tentações da Babilônia
e
desfrutaram
de seus deleites, mas agora verão um colapso sem precedentes e chorarão em alta
voz.
- O lamento dos mercadores - v. 11-16
• Os
mercadores aqui sãos os empresários, negociantes e todos aqueles que têm
colocado
o coração nas mercadorias e deleites do mundo. Eles choram porque de
repente
suas mercadorias vão ficar sem valor comercial. De repente tudo aquilo
que
lhes proporciona prazer vai desaparecer.
•
João cita aqui 30 artigos de luxo. Na contagem o número 4 desempenha um papel
importante.
•
Esta lista de carregamentos que pertencem à Babilônia e perecem inclui:
-
Reino mineral: ouro, prata, pedras e pérolas;
-
Reino vegetal: linho, seda, púrpura e escarlata;
-
Reino animal: gado, ovelhas e cavalos;
-
Reino humano: os corpos e as almas dos homens.
Esses
quatro reinos estão representados em 6 conjuntos de 4 artigos cada:
a)
Quatro artigos de jóias (v. 11-12) - mercadoria de ouro, de prata, de pedras
preciosas,
de pérolas.
b)
Quatro tecidos de luxo (v. 12) - linho finíssimo, púrpura, seda, escarlata. Foi
assim
que
a Meretriz se vestiu (17:4), mas essas coisas não têm valor permanente.
c)
Quatro artigos para ornamentação (v. 12) - toda espécie de madeira odorífera,
todo
gênero de objeto de marfim, toda qualidade móvel de madeira preciosíssima, de
bronze,
de ferro e de mármore.
d)
Quatro artigos cosméticos (v. 13) - canela de cheiro, incenso, ungüento e
bálsamo.
e)
Quatro artigos de cozinha (v. 13) - vinho, azeite, flor de farinho e o trigo.
f)
Quatro artigos de mercadoria viva (v. 13) - gado e ovelhas, escravos e almas
humanas.
Os mercadores negociam até mesmo os homens como escravos como se
fossem
mercadoria.
- O
lamento dos homens de navegação - v. 17-19
•
Mencionam-se quatro classes: os pilotos, os passageiros dispostos a negociar,
os
marinheiros
e os que ganham a vida no mar, a saber, os exportadores, os importadores,
os
pescadores e os mergulhadores em busca de pérolas.
4ª
DECLARAÇÃO DE CELEBRAÇÃO (20-24)
- Em
contraste com o lamento dos ímpios, a igreja no céu celebra a justiça divina -
v. 20
• A
Babilônia que se embriagou com o sangue dos santos e perseguiu a igreja agora
está
completamente desamparada. A justiça de Deus foi vindicada. O mundo passa. A
Babilônia
cai, mas a igreja de Cristo canta de alegria pelo justo julgamento de Deus.
- A
ruína total da Babilônia demonstrada - v. 21
•
Assim como uma pedra arrojada no fundo do mar, Babilônia cairá para não mais se
levantar.
Depois da morte vem o juízo e depois do juízo vem a condenação eterna.
- A
Babilônia torna-se o lugar onde todas as coisas boas estarão ausentes - v.
22-23
a)
Não tem música - Lá só se ouve voz de lamento, e não voz de harpistas.
b)
Não tem arte criadora - Lá não tem criatividade, inspiração e criação.
c)
Não tem suprimento - os moinhos já não movem mais. No passado Babilônia era o
mercado
do mundo. Agora está como deserto.
d)
Não tem luz - As trevas são um símbolo do derramamento final da ira de Deus.
Deus é luz, e condenação eterna é ir para as trevas eternas, trevas exteriores.
Essas trevas espessas durarão eternamente, por conta da ausência de Deus.
e)
Não tem relação de amor - Não tem amizade, casamento, nem poesia, nem sonhos.
-
Babilônia, o sistema destruído do mundo, é um símbolo da oposição a Deus e à
sua
igreja
- v. 23b-24
•
Babilônia é a sede do espírito que substitui Deus por magias (feitiçarias =
pharmakeia = todo tipo de magia) e encantamentos, e também o centro de
perseguição à igreja, onde os profetas e santos foram mortos.
CONCLUSÃO
No
capítulo 17 vimos que a Babilônia como a grande Meretriz, a religião
prostituída e apóstata foi destruída. Agora, no capítulo 18, a Babilônia como
sistema político e econômico que se substitui Deus pelo dinheiro, poder e
prazer entrou em colapso.
O mundo
que tem zombado da igreja, que ridicularizado a igreja, que tem seduzido os
homens e perseguido a igreja já está com sua derrota decretada.
A grande pergunta é: Você é um cidadão da
grande Babilônia, a cidade condenada ou cidadão da Nova Jerusalém, cidadão do
céu?
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