CAPÍTULO 17: A MULHER SENTADA
SOBRE O MONSTRO
INTRODUÇÃO
O
livro de Apocalipse nos mostra cinco inimigos de Cristo: O dragão, o
anticristo, o falso profeta, a grande meretriz e os homens que têm a marca da besta.
Esse quadro é apresentado nos capítulos 12 a 14.
Agora
vamos ver a queda desses inimigos em ordem decrescente: No capítulo 17 vemos a
história da grande meretriz. NO capítulo 18 a sua queda completa. No capítulo
19 vemos Cristo triunfando sobre todos os seus inimigos em sua segunda vinda.
O
capítulo 17 nos aponta três quadros: O primeiro faz uma descrição da grande
prostituta. O segundo, descreve a besta. O terceiro, fala da vitória de Cristo
e de Seu povo.
I. A DESCRIÇÃO DA GRANDE MERETRIZ - V. 1-6,18
(cf. Jeremias 51.13)
- a imagem da mulher como referência a
Babilônia, começou a ser usada a partir de Semíramis, mulher de Nimrod (Gn
10.8), que após a morte deste que é considerado o primeiro imperador da Terra,
adotou o nome de Zoroastrita, estabelecendo uma forma de governo
político-religioso anti-teológico.
1. O contraste entre a noiva e a meretriz e
a nova Jerusalém e a grande Babilônia
•
João recebe uma visão (17:1) e ele pode contrastar essa visão com outra (21:9).
Ele é chamado para ver a queda da falsa igreja e o triunfo da igreja
verdadeira.
• O
diabo sempre tentou imitar a Deus. Assim é que temos o contraste entre a noiva
e a meretriz, a cidade santa e a grande Babilônia. A Noiva fala da igreja
verdadeira, a meretriz da igreja apóstata. A Babilônia fala da cidade do mundo,
a nova Jerusalém da cidade de Deus.
• As
duas figuras representam a mesma coisa: a mulher e a cidade. Ambas as figuras representam
a falsa igreja – SISTEMA RELIGIOSO. Todos os sistemas idólatras são
meretrizes,Veja Naum 3.4 (ref.: Nínive) e Isaías 23.15-18( ref.: Tiro).
• A
grande Babilônia não é apenas uma cidade, mas também é a grande meretriz. A Babilônia
já havia sido mencionada (14:8; 16:19). Em ambas sua queda já havia sido prevista.
2. A grande meretriz é conhecida pela sua
influência mundial - v. 1,15
• A
religião prostituída está presente em todos os povos. Onde Deus tem uma igreja verdadeira,
Satanás levanta a sua sinagoga. A Babilônia não é apenas cultura sem Deus, mas
também cultura contra Cristo. Ela sempre entra em conflito com seguidores do
Cordeiro. Ela sempre tomará um rumo anticristão se a igreja for verdadeiramente
igreja.
3. A grande meretriz é conhecida pela sua
riqueza - v. 4
•
Suas vestes são de escarlate. Está adornada de ouro e pedras preciosas e
pérolas. Ela segura em sua mão um cálice de ouro. A religião prostituída, o
mundo, faz ostentação da sua riqueza e do seu luxo. A mulher (gune) faz menção
ao poder religioso, enquanto o monstro (therion) revela o poder político. A
menção do deserto é revelar a verdadeira natureza destes seres – demoníacos.
Porque “deserto” no AT simboliza desolação, abandono e morte.
• A
meretriz é atraente e repulsiva ao mesmo tempo. De baixo de suas vestes de púrpura
esconde suas abominações repulsivas – “coberta de blasfêmias”.
4. A grande meretriz é conhecida pela sua
sedução - v. 2,4,5
• A
igreja falsa sempre se uniu aos reis e governos mundanos numa relação devassa.
O estado sempre procurou se unir à religião para conseguir os seus propósitos.
•
Essa meretriz não se prostitui apenas com os reis, mas dá a beber do vinho da
sua devassidão a todos os habitantes da terra. Ela é uma religião popular. Ela
atrai as multidões. Ela não impõe limites.
• O
cálice (poterion) é de ouro, mas no interior do corpo tem devassidão (v. 4b). Vemos
a sutileza do inimigo é declarada neste texto.
5. A grande meretriz é conhecida pela sua
violência - v. 6
• A
meretriz que vive no luxo tem duas armas: sedução e perseguição. Ele seduz, mas
também mata. Ela atrai, mas também destrói. Ela está embriagada não de vinho,
mas do sangue dos santos e dos mártires. Não podemos fazer distinção entre o
sangue dos santos e o sangue dos mártires. Eles são santos porque pertencem a
Deus; são mártires porque morreram por ele.
• A
Babilônia foi Roma, foi a Roma papal (desde a fundação da Ordem jesuíta em 1540,
supõe-se que cerca de 900.000 pessoas foram mortas sob a ordem e crueldade
papal) é o mundo em todo tempo, em todo lugar que seduz e destrói aqueles que
amam a Deus. A meretriz é aquele sistema que sempre se opõe à Noiva. A meretriz
sempre quis destruir a Noiva do Cordeiro. Ela tem perseguido e matado muitos
crentes ao longo da história.
6. A grande meretriz está associada com a
besta - v. 3
• A
igreja apóstata vai se aliar à besta. Ela está sentada sobre os povos (v. 1) e
sobre a besta (v. 3) sobre os quais a besta governa (Ap 13:7-8).
• A
besta é o movimento perseguidor anticristão durante toda a história,
personificado em sucessivos impérios mundiais. A besta é passada, presente e
futura.
• A
meretriz representa o mundo como o centro de sedução anticristã em qualquer momento
da história.Essa meretriz é personificada como a cidade de Roma na época de
João (Ap 17:18). A cidade imperial atraia com seus prazeres os reis das nações.
Roma era uma cidade louca pelos prazeres.
• No
fim, a besta vai se voltar contra essa própria religião apóstata para
destruí-la, visto que desejará ser adorada como se fosse Deus (v. 16).
II. A DESCRIÇÃO DA BESTA - V. 7-17
1. A besta que João vê é a mesma que
emergiu da terra - v. 7-8
•
Essa besta recebe o trono do dragão, seu poder e autoridade. Essa besta é
temida e ninguém é considerado capaz de enfrentá-la. Essa besta recebe adoração
de pessoas de todos os povos e nações. Essa besta é um sistema de governo
anticristão e uma pessoa.
• A
besta é uma expressão de todo o governo anticristão que persegue a igreja ao
longo dos séculos e será um homem escatológico que receberá o poder do dragão
para governar um breve tempo.
2. A besta tem algumas características
distintivas
a) A besta era, não é, está para emergir do
abismo e caminha para a destruição (v. 8) - A besta foi a personificação
dos grandes impérios do passado. Já não é porque esses impérios caíram. Está
para emergir porque antes da segunda vinda, o anticristo se levantará para
caminhar para a destruição.
b) As sete cabeças da besta são sete montes
e também sete reis (v. 9) - A cidade de Roma é das mais antigas da
península Itálica, está edificada “sobre sete colinas”, que o Apóstolo João
chama de “sete montes”. Nos dias do império estas montanhas eram denominadas
de; (Aventino, Palatino, Célio, Esquilino, Vidimal, Quirinal e Capitólio). Ao
mesmo tempo em que João descreve tanto o anticristo como a meretriz como Roma
(v. 9,18). A Roma imperial era a expressão do governo anticristão, que age com
sedução e violência. A expressão “Sete cabeças” pode fazer alusão a um poder
universal, centralizado, mas que representa a totalidade dos poderes da Terra.
c) Cinco reinos caíram, um existe, e outro
ainda não chegou e quando chegar terá que durar pouco (v. 10) - Os cinco
primeiros impérios já caíram. Agora João vê o Império Romano. Mas o reino do
anticristo escatológico ainda não chegou e quando chegar vai durar pouco.
Há
conceitos muito interessantes a respeito deste assunto, o que é comum, é que
João falava de um sistema político, tendo como base o sistema romano através da
História:
A).O
império romano em seu apogeu e glória, teve “cinco dinastias”que sucessivamente
governaram este império: de 754 a. C. a 455d. C:
(a)
REIS: Compreende a dinastia dos sete primeiros reis: Rômulo, Numa Pompílio,
Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquino prísco, Sérgio Túlio e Tarquino, o
Soberbo (de 754 a 510 a. C.).
(b)
O SENADO: A realeza foi abolida e o governo foi conferido a dois cônsules,
continuando o governo sob a regência do Senado (de 510 a 300 a.C.).
(c)
A REPÚBLICA: Depois de 300 a. C. , o Senado foi abolido, e é estabelecida a
republica romana (de 300 a 48 a.C.).
(d)
O TRIUNVIRATO: Composto dos seguintes imperadores; Júlio César, Pompeu e Crasso
(de 58 a 44 a.C.).
(e)
TRIBUNAIS MILITARES: Composto por Lépido, Antônio e Otávio (de 44 a 31 a.C.)
Estas cinco dinastias já “caíram” afirma a palavra divina.
B)
De sete imperadores romano, cinco já “caíram” (podemos significar morte
violenta) antes dos dias de João. Os cinco geralmente são relacionados como
Júlio César, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. O sexto, segundo essa
interpretação que reinava enquanto João escrevia o Apocalipse, era Domiciano;
C)
Os cinco reinos que já “caíram” seriam: O Egito, A Assíria, A Babilônia, O
Medo-Persa e a Grécia. E o sexto, seria o império romano.
d) Os dez chifres são dez reis (v. 12-13)
- Esses reis são um símbolo de todos os reinos do mundo que darão suporte para
o levantamento do anticristo, para se levantar contra Cristo e sua igreja.
3. A besta se voltará contra a meretriz
para destruí-la - v. 16
•
Aqui o quadro muda. Por uma razão não explicada se forma uma espécie de guerra civil
na sede da besta. A besta e os dez reis se voltam contra a meretriz para
devastá-la. É uma espécie de caos entre os inimigos de Deus, quando eles se
levantam para se destruírem (Ez 38:21).
• O
mundo vai destruir a si mesmo. O reino de Satanás vai estar dividido contra si mesmo
e não vai prevalecer. Os homens estarão desiludidos com os seus próprios prazeres.
•
Babilônia será despida, ridicularizada e exibida em toda a sua imundícia como
bruxa que ela realmente é. A maquiagem e o adorno serão tirados, e ela será
exibida em sua terrível nudez e imundícia. A Babilônia vai cair! (Ap 18:2).
• O
sistema do mundo entrará em colapso. Os dez reis marcharão primeiro com a besta
para a batalha final contra o Cordeiro. Batidos pelo Cordeiro (v. 14), eles se
voltam com fúria cega contra a mulher, a fim de dilacerar aquela que até aqui
carregaram com admiração (v. 2). A derrota diante de Cristo, portanto, é
seguida da autodestruição do mundo anticristão. Assim, o mundo em discórdia
contra o Cordeiro, cai em discórdia contra si mesmo.
4. A soberania de Deus domina até mesmo
sobre os seus inimigos - v. 17
• A
soberania de Deus é absoluta no universo. Os reis da terra e até mesmo a besta estão
debaixo da soberania absoluta de Deus.
III. A DESCRIÇÃO DA VITÓRIA DE CRISTO E DA
IGREJA - V. 8,14
1. A vitória de Cristo é devida ao seu
sacrifício - v. 14
•
Cristo é o Cordeiro. O cordeiro foi morto e comprou com o seu sangue aqueles
que procedem de toda tribo, povo, língua e nação (Ap 5:9). O Cordeiro de Deus é
vencedor em todas as batalhas.Cristo saiu vencendo e para vencer.
2. A vitória de Cristo é devida à sua
suprema posição - v. 14
•
Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Seu nome é acima de todo nome. Diante
dele todo joelho precisa se dobrar. Quando ele vier na sua glória vai matar o anticristo
com o sopro da sua boca (Ap 11:11-19; 16:14-21; 19:11-21; 2 Ts 2:8).
•
Pode parecer que durante algum tempo as forças anticristãs pareçam estar
ganhando
o
domínio (Ap 11:7; 13:7), mas quando o anticristo estiver parecendo vitorioso,
sua
derrota
será fragorosa e final.
3. A vitória de Cristo será completa sobre
todos os seus inimigos — v. 8-11, 12-14,15-
16.
• A
felicidade dos ímpios despedaça-se como felicidade falsa. João vê o fim da
besta (v. 8-11), o fim dos dez reis (v. 12-14) e o fim da mulher meretriz (v.
15-16).
•
Apocalipse 19:20 mostram que tanto o anticristo como o falso profeta serão
lançados no lago do fogo.
4. O Povo de Deus vencerá junto com Cristo
- v. 8,14
• A
igreja é a Noiva do Cordeiro. Ela é a cidade santa. A igreja vence o dragão, a meretriz
e a besta. A igreja é mais do que vencedora. Embora, algumas vezes, é uma igreja
mártir, mas sempre uma igreja vencedora!
• Se
a besta tem os seus selados, que vão perecer com ela. Cristo também tem os seus
selados, cujos nomes estão escritos no Livro da Vida e vão reinar para sempre
com ele.
CONCLUSÃO
Os
prazeres do mundo terminam em desilusão, fracasso, ruína, derrota e perdição eterna.
Aqueles que se deixam seduzir pela riqueza, prazeres do mundo, ao fim, estarão fascinados
pela besta em vez de serem seguidores do Cordeiro.
Aqueles
cujos nomes estão escritos no livro da Vida enfrentarão vitoriosamente quer a
sedução do mundo, quer a violência do mundo. Eles vencerão com o Cordeiro.
Todos eles provarão a vitória de Cristo,de forma completa e final. Aleluia!
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