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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Aula Inaugural: O Fruto do Espírito

Olá Pessoal,
Estou postando neste espaço, em caráter especial, a aula de nossa EBD no domingo de Páscoa. Como a procura pelo material foi grande e não tive como atender a todos, disponibilizo o material neste espaço.
Muito obrigado a todos e Glórias somente a Deus!

IGREJA BATISTA DE ACARI
AULA INAUGURAL DA REVISTA FRUTO DO ESPÍRITO 04-04-2010

INTRODUÇÃO
Quando a IBA retorna ao estudo dos fundamentos da fé cristã, de maneira prática e cotidiana, é valiosa a aplicação pessoal de cada acariense na descoberta e na experiência com o Espírito Santo, e conseqüentemente, seu Fruto. Certamente que o imprescindível para vencermos a luta contra a carne é “nascermos de cima” (João 3.3-5) por meio do Espírito Santo. Uma vez habitando no coração do homem Ele planta ali o amor de Deus (Rm 5.5). O Fruto de Sua presença se manifesta em atos concretos de santidade revelados nas conhecidas virtudes de Cristo conformem aparecem em Gálatas 5.22-23. Mas o recebimento do Espírito não aniquila a “carne”, pois sabemos que “a carne milita contra o espírito” (Gl 5.17). Por isso, o crente deve empenhar-se no desenvolvimento e amadurecimento espiritual proporcionado pelo Espírito Santo por meio de seu Fruto.

O CONFLITO NA ALMA
A Bíblia deixa bem claro que há uma batalha acontecendo dentro de nossa alma, Paulo chamava esse conflito de luta entre carne e espírito (Gl 5.17; Rm 7.22,23). O apóstolo Paulo não foi o único a discernir tal batalha dentro da alma humana, veja outros filósofos:
- na teologia judaica : yetser hatov x yetser hara (natureza boa x natureza má) (Gn 4.7)
- Platão (428/347 aC) e o mito Fedro: dois cavalos (um manso e outro indócil e a alma como carroceira com arreios duplos)
- Ovídio (43/17 aC) e o suspiro da frustração: “vídeo meliora, proboque; Deteriora sequor” (“vejo as coisa melhores, e concordo com elas, mas sigo as piores”.
- Sêneca (4aC/65dC) em Cartas 112: “os homens amam e odeiam seus vícios ao mesmo tempo”.
- Epíteto (55/135dC) em Discursos: “o começo da filosofia tem início da descoberta do homem em sua própria incapacidade e fraqueza nas coisas necessárias”.

Durante muito tempo atribuiu-se ao corpo a origem deste conflito na alma. Vejamos na Bíblia, no Antigo Testamento e no início do cristianismo, era considerado que o homem era composto de duas partes: a exterior e visível (o corpo) e a interior e invisível (a alma). Mas, Paulo usado pelo Espírito Santo nos revela algo mai profundo em relação ao homem, veja em 1 Ts 5.23 Paulo nos apresenta: corpo, alma e espírito.
- o corpo (soma); parte externa, contato com o mundo
- a alma (psyche): princípio da vida física, contato com o “eu” (instintos)
- o espírito (pneuma): parte que controla o homem, governa suas emoções, paixões e atividades mentais. É o elo entre Deus e o homem (Rm 8.1-17).
v.9: sem o Espírito em nós não há vida cristã;
vv.14,16: o Espírito marca nossa filiação divina;
vv.4,5,9: o Espírito deve ser a nossa lei, padrão e fonte de nossos desejos;
v.2: o Espírito produz libertação;
v.6: o Espírito traz vida e paz;
v.11: o Espírito nos reveste de Cristo através da vivificação;
v.13: o Espírito nos traz poder e nos capacita a vencer as obras da carne.

O espírito do homem é aquela parte que tem afinidade com Deus, e que portanto, mantém a comunhão com o Senhor e o poder para obter vitória no conflito da alma.

O INIMIGO ÍNTIMO DA ALMA
Paulo, usado pelo Espírito Santo, nos apresenta um novo termo para descrever a carne, este termo é SARX que podemos interpretar como sendo os instintos (desejos e paixões) naturais do ser humano (Gl 5.24). Ela é a inimiga mortal do espírito (Gl 5.17).
A carne (sarx) é a responsável pela situação humana sempre repetida, em que o homem sabe perfeitamente o que fazer, mas é totalmente incapaz de fazê-lo. Na sarx não habita nada de bom (Rm 7.8). Neste ponto podemos diferenciar bem nitidamente corpo de carne. O corpo pode ser colocado a serviço da glória de Deus, a carne não pode. O corpo pode ser purificado e até mesmo glorificado, a carne será eliminada pela glória. Portanto vamos semear no Espírito para que nossa colheita seja bendita e poderosa em Deus, porque a colheita daqueles que semearam na carne já está debaixo de maldição (Gl 6.8-10).

AS OBRAS DA CARNE
É cheio de relevância que Paulo tenha escolhido a palavra “obra” para se referir as ações produzidas pela carne. Esta palavra é “ergon” que significa algo produzido com seu próprio esforço, produzido por ele e para ele mesmo. Aparece na Bíblia em sua grande maioria como exemplo negativo. As obras da carne podem ser categorizadas em:
a) pecados sexuais: PORNEIA (prostituição, fornicação, imoralidade sexual), AKATHARSIA (impureza, indecência), ASELGEIA (lascívia, libertinagem, ações indecentes).
b) pecados religiosos: EIDOLATRIA (idolatria, culto e adoração a ídolos), FARMAKEIA (feitiçarias, bruxarias).
c) pecados contra a sociedade ou interpessoais: ECHTHRA(inimizade, hostilidade), ERIS (porfia, rixa, contenda, lutas, debates e disputas), ZELOS (emulações, rivalidade), FTHONOS (inveja , ciúmes), THUMOS (raiva, crises de fúria, mau gênio, explosivo), ERITHEIA (facções, pelejas, discórdias, partidarismo, ser egoísta), DICHOSTASIA ( discórdia, desavenças, espírito partidário), HAIRESIS (partidarismos, heresias, divisões, intrigas).
D) pecados alimentares: METHE (embriaguez, bebedices, bebedeiras, entorpecido), KOMOS (orgia, sensualidade, glutonaria).

O FRUTO DO ESPIRITO
Enquanto a “obra” é resultado do esforço humano, o fruto é algo produzido por um poder que o homem não possui. Ele é resultado de um processo de saúde. Por isso, o apóstolo Paulo, ao fazer uso da palavra “fruto” (karpos), na verdade está dizendo que os que estão em Cristo desenvolvem saudavelmente dentro de si as Suas virtudes. O Fruto do Espírito é:
AGAPE (amor perfeito, afetividade invencível), CHARA (alegria do viver), EIRENE (paz, tranqüilidade, serenidade, o melhor da vida), MAKROTHUMIA (longanimidade, paciência), CHRESTOSTES (benignidade, agradável, não perigoso, terno, gentil), AGATHOSUNE (bondade, generosidade, liberalidade), PISTIS (confiança, fidelidade, fé), PRAUTES (mansidão, humildade, tolerância, brandura), EGKRATEIA (domínio próprio, autocontrole).


CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo, usado pelo Espírito Santo, não apenas descreve apenas o conflito, mas também aponta os meios para vencê-lo. São eles:
1. Crucificar a carne (Gl 5:24). A crucificação da carne descrita aqui não é uma coisa feita a nós, mas sim por nós. E o que significa isto? Paulo relembra Lucas 9:23. Todo discípulo de Cristo deve comportar-se como um criminoso condenado a carregar a sua cruz até o lugar da execução. “Tomar a cruz” era a imagem que o Senhor usava para falar de renúncia. Temos de tomar a nossa cruz e caminhar com ela. Temos de tomar a carne e pregá-la na cruz. John Stott em seu comentário sobre Gálatas, ressalta que três pontos importantes fazem parte da realidade da crucificação e não podem ser separados dela.
Primeiro, a crucificação é impiedosa. E a rejeição que o cristão deve fazer de sua velha natureza deve ser igual.
Segundo, a crucificação é dolorosa. E a rejeição que o cristão deve fazer de sua velha natureza é marcada por um profundo sofrimento.
Terceiro, a crucificação é decisiva. A morte de cruz, embora fosse lenta, era uma morte certa. Os criminosos que eram pregados na cruz não sobreviviam, ficavam ali até morrer. Então, se crucificamos a nossa carne, devemos abandoná-la ali para morrer.

2. Andar no Espírito (Gl 5:16,25). Para muitos pode ser um conceito muito abstrato, irreal e impossível de ser praticado. Todavia, “andar no Espírito” significa estar alinhado com Ele. “Ser guiado pelo Espírito” significa ouvir a Sua voz e aceitar a Sua direção (João 16:13). Paulo afirmou que a lei do cristão é “a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus” (Rm 8:2). A partir do momento que aceitamos a Cristo, Deus envia o Espírito Santo aos nossos corações para, dentre tantas outras bênçãos, mostrar-nos o caminho por onde devemos andar.

Este conflito na alma tem a duração da vida inteira. Ou seja, enquanto estivermos neste corpo terrestre enfrentaremos este dilema, pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em constante guerra (Gl 5.17), o vencedor depende de mim e de você, das nossas escolhas. Por isso que o próprio Paulo abriu seu coração dizendo: “Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” (1Co 9:27).

Paz seja contigo!

OBs.:deve haver alguns erros, entre eles de digitação, pois a correção fiz diretamente no powerpoint, perdoe-me e faça as devidas correções em seu arquivo.

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