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sexta-feira, 15 de julho de 2011

ESTUDOS SOBRE CURA INTERIOR - ESTUDO 5

A CURA DA AMARGURA

“Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” Hebreus 12.15



A amargura é um sentimento arraigado de mágoa, revolta e frustração. A amargura, como a própria palavra diz, torna a pessoa amarga – crítica, lamurienta, rancorosa, insatisfeita e demasiadamente exigente. Geralmente tem um semblante descaído, sem graça ou alegria: “O coração alegre aformoseia o rosto; mas pela dor do coração o espírito se abate” (Pv 15.13). Dentre as causas da amargura estão: decepções, desilusões, perdas, desejos e sentimentos frustrados e esperança perdida (Pv 13.12).

Êxodo 15. 23-26 dá-nos um exemplo de pessoas amarguradas e o esforço de Deus em curá-las. O nome “Mara” significa “amargo”. Eram águas intragáveis, e simbolizavam o coração amargurado de Israel, um povo azedo, crítico, murmurador, exigente, insatisfeito e frustrado por não entender os desígnios de Deus. Haviam acabado de obter uma tremenda vitória na travessia do Mar Vermelho. Seus inimigos foram derrotados, afogados nas águas do mar. Comandados por Miriam e Moisés, haviam louvado ao Senhor.
Se não fosse o incidente em Mara, todo o capítulo 15 seria louvor. Porém, quando provado, o povo revelou o que estava no seu coração. Talvez pensassem que Deus deveria lhes evitar todo tipo de sofrimento. Afinal de contas, por que tinham de sofrer, se já estavam longe do Egito? Não tinha Deus poder para evitar todo aquele mal? Por que então não o fizera?

Algumas pessoas pensam que Deus induz as pessoas ao sofrimento, e que é o responsável por todo tipo de adversidades. Nem sempre o que Deus deseja é que acontece (1Tm 2.3,4). Parece complicado de entender, mas não é. Embora Deus permita certos sofrimentos em nossas vidas, muitos deles nos sobrevêm por nossa causa, pelas nossas atitudes, pelo mau uso do livre arbítrio que temos. Em Lucas 15. 12-32, Jesus conta a história de um pai que permite ao filho sair de casa, embora seu desejo fosse tê-lo perto de si. Mas, permite-lhe partir, porque o jovem assim o desejava. Talvez não saibamos os porquês de nossas crises e dificuldades, mas temos a certeza de que Deus está ao nosso lado em todos os momentos, e sofre juntamente conosco (Rm 8.26; Is 63.9).

O salmista Asafe também passou por situações difíceis, e em suas indagações amargurou-se com Deus (Sl 73). A quem o salmista se compara quando embrutecido pela amargura e quando este homem de Deus se recupera? Se, por um lado embrutecemos amarguradamente chegando a atitudes animalescas (v.21,22), de outro nossa posição de fé e intimidade com Deus é suficiente para nos clarear a visão e pacificar nosso mundo interior (v.17,23-28).

Para curar as águas de Mara, Deus ordenou a Moisés que lançasse um pedaço de lenha na fonte, e as águas ficaram doces. A madeira representa a cruz de Cristo, e esta o perdão de Deus para os homens. O madeiro do perdão (a cruz de Jesus) deve atingir a fonte da amargura, para transformá-la. O perdão é o único remédio para o coração amargurado. Precisamos perdoar a todos os que nos decepcionaram, iludiram ou frustraram.



É natural a ferida da mágoa; é compreensível a tristeza pela ofensa. Todavia precisamos perdoar ao ofensor, pois a falta de perdão deixa a ferida aberta e exposta, doendo, sangrando. Algumas pessoas pensam ser desnecessário perdoar, porque não sentem raiva do ofensor. Mas o fato de estarem entristecidas indica a presença de ferida interior. Estão ressentidas porque continuam a sentir a dor da ofensa. Todo sentimento de pesar ou cobrança é resultado da falta de perdão. Perdoar não é somente beneficiar a quem nos magoou. É beneficiar a nós mesmos, curando a ferida interior que nos impede de desfrutar da graça de Deus. A falta de perdão bloqueia o perdão de Deus para nós (Mt 6.12,14,15). Perdoar não significa apagar da memória a ofensa. O ser humano não tem esta capacidade. No entanto, ao lembrar-se não ficará triste, pesaroso, revoltado ou pensando em fazer algum tipo de cobrança. Não podemos esperar que um lindo sentimento entre em nosso coração para podermos perdoar. O perdão começa com atitude, um ato de vontade consciente.

Perdoar não é opcional, é obrigação daquele que têm o coração cheio da graça de Jesus. Esta verdade Ele nos ensinou com propriedade numa história de um servo eu devia ao rei uma boa soma em dinheiro (Mt 18.25-27). Apesar da dívida elevada: dez mil talentos. Vejamos:
1 talento = 6.000 denários
1 denário = um dia de trabalho
Hoje uma diária de pedreiro está em torno de 50 reais
50 reais x 6.000 = 300.000,00 = 1 talento
10.000 talentos = 3 bilhões de reais!!!!

É claro que esta conversão é a mais bruta o possível, mas mesmo assim dá para termos uma noção da dívida e verificar a impossibilidade de se quitar uma dívida tão vultosa. Assim também as nossas dívidas para com Deus. Mas Deus graciosamente nos cancelou o débito por meio de Jesus Cristo, Seu Filho.

Na continuação da parábola, Jesus revela que o servo não compreendeu que fora perdoado, pois estava mantendo uma atitude totalmente contrária ao que lhe foi presenteado, cobrando de um servo a dívida de +/- 5.000 reais (100 denários), o que coloca o homem que tinha sido perdoado numa situação dramática diante do rei (Mt 18.28-34). O homem que não entende a graça de Deus tem dificuldade em liberar graça.
É um credor implacável. Jesus encerra a história dizendo que Deus age como aquele rei; “Assim vos fará meu Pai celestial, se de coração não perdoares, cada um, a seu irmão” (Mt 18.35).




Ao invés de remoer a ofensa, entregue-a ao Senhor e ore pelo ofensor, abençoando-o (Rm 12.14) e lembre-se de que o perdão faz bem a nós mesmos e cicatriza as feridas, possibilitando à paz de Jesus alcançar nossa alma.

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