“Tem compaixão de mim, ò Senhor porque estou angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo” Salmo 31.9
A depressão é uma espécie de sintoma, resultante de desordem ou desequilíbrio de origem orgânica, espiritual ou psicossocial. Caracteriza-se por estados de: desânimo, tristeza de semblante, apatia, cansaço psíquico, abatimento, pessimismo, auto-estima baixa e atuodepreciação, insônia ou sono em extremo, falta de apetite, diminuição da libido, passividade e recusa de reação, fuga, desistência. Essas características podem variar, dependendo da origem da depressão, temperamento da pessoa e circunstâncias ambientais. É muito comum o cansaço psíquico e o desânimo em todas as situações e graus de depressão. (segundo pesquisa BMC Medicin, OMS e Harvard – Brasil é o nº 1 em pessoas deprimidas- 10,4% / 44,8% tiveram transtorno mental- jornal do Brasil 26/07)

A depressão pode variar de intensidade e duração, sendo as crônicas de longa duração e persistência, e as agudas de grande intensidade e curta duração. As cíclicas são oscilantes, repetindo-se periodicamente. Semelhantes às crônicas, costumam ser de intensidade moderada, mas de difícil tratamento.
A depressão pode se alterar, com períodos de agitação, euforia, excessiva atividade motora e fuga de idéias – comportamento denominado “mania”. Caso não haja tratamento a depressão pode levar o indivíduo a um distúrbio mental grave.
Quando se trata de falar sobre o tratamento da depressão é necessário que primeiro ocorra a identificação da causa, veja o que o salmista diz no Salmo 42.5a. Ele pergunta-se por que está deprimido. Ele descobre que está desanimado, pessimista e sem esperança. Para ele, o tratamento consistia no exercício da esperança do futuro livramento de Deus: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há em sua presença” (Sl 42.5b).
Dentre os fatores orgânicos que podem gerar depressão estão: desordens glandulares e hormonais; fadiga física por excesso de trabalho; desnutrição e carência de vitaminas; drogas (entre elas os remédios); determinadas doenças e estresse.
As causas de origem espirituais são, em muitos casos, descartadas como ilusórias, o que na verdade é um erro. A opressão maligna é um exemplo de como Satanás age, através de pessoas e circunstâncias, para nos sugar emocionalmente, levando-nos ao esgotamento mental e psíquico. A pessoa oprimida é levada ao cansaço, ao abatimento, a desistência dos projetos de vida e até ao suicídio. (Descubra a causa do abatimento do salmista no Sl 42.9b).
Os especialistas acreditam que a maior parte dos estados de depressão é de origem psicossocial, ou seja, provenientes de situações de desconforto psíquico devido a problemas no meio ambiente.
A baixa auto-estima gera depressão e melancolia. A pessoa sente-se um fracasso, subestima suas qualidades e forças, amplia suas fraquezas e erros, vindo a ter raiva de si mesma e acusar-se indevida e constantemente. A situação agrava-se quando a pessoa acomoda-se num sentimento de autopiedade. Pequenos incidentes são feitos enormes, e ela percebe-se apenas como vítima, incapaz de reagir à situação. Vejamos a experiência de Elias (1Rs 19.1-19), um dos mais ricos casos de depressão na Bíblia.
Elias havia realizado uma grande façanha: matara quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal (1Rs 18.40). Através da sua oração, fogo caiu do céu, consumindo o holocausto no altar (1Rs 18.38). Também orou, e a chuva voltou a cair, após três anos e meio de seca (1Rs 18.45).
Era a expectativa de Elias que, após todos esses sinais, fosse o culto a Deus restabelecido. Há uma tendência natural de sentir apatia após uma grande realização. Passado todo aquele ativismo, Elias entra num processo de retraimento, agravado grandemente pela frustração. O povo não voltara a cultuar a Deus, para piorar Jezabel agora o ameaça de morte.
Elias ficou com medo, cheio de autopiedade, abatido, pessimista e desanimado. Pensava mais ou menos assim: “Não tem mais jeito, não adianta insistir nisso. Estou sozinho para fazer tudo. Cansei desta vida. Vou fugir, desistir. Não agüento mais. Quero morrer”.
Elias abandona seu ofício, deixa o seu servo e procura a solidão. Foge, desiste de lutar. Sente-se cansado e incapaz. Pede a Deus que o mate. Seu comportamento é característico de pessoas que enfrentam problemas sérios nos seus relacionamentos diários. A identificação dos problemas ligados ao passado é mais difícil, pois, geralmente, há uma gama de emoções reprimidas no inconsciente. Para onde Elias vai em 1Reis 19.4? O deserto é uma boa figura para exemplificar os sentimentos do deprimido, por suas características de secura, solidão e calor. O que acontece em 1Reis 19.5-7?
Deus inicia o tratamento, alimentando Elias, eliminando sua fraqueza física, tirando-lhe os motivos de uma depressão orgânica. Fortalecido, Elias é guiado por Deus até uma caverna, onde irá refletir sobre seu estado depressivo (1Rs 19.8,9).
A caverna representa um estágio mais profundo de depressão. Um lugar fechado, sem horizontes, escuro, vazio e solitário – simbolizando uma vida sem esperança, fechada a outras oportunidades, retraída dentro de si mesma. Na caverna Elias vivencia seu próprio estado de depressão. Deus aviva-lhe o motivo da depressão, ao perguntar: “O que fazes aqui Elias?”(1Rs 19.9), em outras palavras: “O que você está fazendo aí, abatido, dentro de uma caverna?”. Deus permite que Elias desabafe suas frustrações. Depois de falar o profeta, Deus ensina-lhe:
1. Ele, o Senhor, trabalha com mansidão e graça (vv.11,12).
2. A obra não acabara. Ainda havia esperança. Nem tudo estava perdido, pois é Deus quem está na direção da História. (vv.15-17).
3. Elias não estava sozinho. Havia sete mil pessoas que não adoravam a Baal (v.18)
Terminado o trabalho de Deus, Elias sai da caverna (depressão) e do deserto (problemas sem solução), e continua a sua obra, passando para a História como um dos maiores profetas da antiguidade. Talvez os passos trilhados por Elias ajudem a você a descobrir por que está abatido. O exercício de reflexão feito por Elias é o mesmo que você deve fazer, e a mesma ajuda que Deus deu àquele profeta há de estar sobre a sua vida.
Elias se levanta e assume a sua missão: a) 1Rs 19.15 : Elias deveria ungir o novo rei da Síria; b) 1Rs 19.16: Elias deveria ungir o novo rei de Israel; c) 1Rs 19.16: Elias deveria ungir o seu sucessor.
Quando tudo parecia terminado para Elias, Deus após tratá-lo em sua debilidade, descortina um fechamento ministerial de grande triunfo: Elias ungiria dois reis e um profeta sucessor. Dê a mão a Jesus e saia da caverna. Deixe que Ele guie seus passos para fora do deserto e veja os planos maravilhosos que Deus tem para sua vida. (Isaías 49.8,15)

DEUS CONTINUE ABENÇOANDO A SUA VIDA PODEROSAMENTE!
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