iba

iba

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

ESTUDOS NO LIVRO DO APOCALIPSE - CAPÍTULO 12


CAPÍTULO 12: O ATAQUE DO DRAGÃO

INTRODUÇÃO
O capítulo 12 revela-nos três cenas. O dragão realiza três lutas: 1) Contra Deus e seu Messias (v. 1-6); 2) contra Miguel (v. 7-12); 3) contra a mulher (v. 13-18). Em todas   as três lutas ele sai derrotado.
O SINAL NO CÉU
- Os céus continuam sendo a fonte de importantes acontecimentos na terra.
- o termo grego para a palavra “sinal” era “semeion”, que signifca “marca distintiva”, mas nos Evangelhos e no livro de Atos, ela é usada para indicar “um milagre didático”, uma maravilha cuja finalidade é a de convencer os homens acerca de alguma intervenção divina, ensinamento ou lição espiritual (João 20.30; Mt 12.38,39 e 16.1,3).



A MULHER
- “vestida de sol, tendo alua debaixo do seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça”: de acordo com os melhores comentaristas, esta mulher simboliza a nação de Israel, que tendo uma posição de destaque em relação as demais nações (vestida de sol), tem como referência a vida dos patriarcas como base devocional (cf. Gn 37.9). Não devemos pensar na Igreja nesta secção, pois a mesma se encontra ao lado de Cristo nas “bodas do Cordeiro” (cf. Ap 3.10 e 19.9).
- “grávida, com dores de parto”: Os profetas descreveram a nação de Israel como como quem sofria dores de parto (Mq 5.2,3; Is 9.6 e 7.14). Lembremos da agonia da nação israelita para trazer o Messias ao mundo, por diversas vezes quase foi extinto por guerras e deportações (Hb 7.14; Mt 1; Lc 2; Rm 9). Este versículo fala do “passado”, apresentando para o ministério remidor de Jesus. Perceba a ideia de “passado” no verso 5, onde o filho é arrebatado aos céus.

O DRAGÃO
- O vocábulo grego aqui usado, “drakon”, significa “dragão”, “serpente”, “crocodilo” ou “leviatã” (Jó 41.1). Somos informados de que os antigos cananeus (conforme a descrição existente nos tabletes de Ras Shamra) tinham uma terrível serpente de sete cabeças. O leviatã (cf. Is 27.1); era considerada uma horrenda e “rápida” serpente. A menção aqui é a da “antiga serpente” chamada de Satanás (diabo = enganador; satanás = adversário), que tem em seu propósito a destruição.
- “vermelho”: aponta para a sede de violência, destruição e pecado (cf. Ap 6.4).
- “sete cabeças e dez chifres”: sete cabeças nos fala de sua alta capacidade de sedução e sua grande astúcia. E os dez chifres nos retratam uma esfera de poder, como por exemplo dez reis, ou ainda uma federação de dez reinos.
- O verso 4 revela a guerra nos céus, quando Satanás e um terço dos anjos foram banidos do Trono e lançados na terra. O termo “parado diante” significa “aguardar o momento”, podemos então concluir que Satanás aguardava o momento da encarnação do Messias para tira-lhe a vida, pois o nascimento do Filho de Deus marcou o início do fim de Satanás (pena, poder e presença do pecado). Conferir com verso 7 as consequências da rebelião.

O FILHO
- João fala da raiz da qual brotaria o Messias. A sua natureza humana e no verso 5, a ascensão de Jesus fica nítida neste texto, bem como seu caráter messiânico.

A FUGA PARA O DESERTO
“...a mulher fugiu para o deserto”. Este será o “...lugar preparado por Deus” durante a Grande Tribulação. No ano 70 d.C. Deus preparou a cidade de Pella, uma das cidades de Decápolis, como “refúgio” para os crentes fiéis que creram nas advertências do Senhor. Eles ali ficaram por trás do “deserto” da Judéia e de Moabe, e assim escaparam da grande destruição da cidade e de seus moradores. Sugerem-se que este lugar de “refúgio” seja Petra, no monte Seir, na terra de Edom e Moabe. Sela ou Petra, a cidade da rocha é uma das maravilhas do mundo (localizada ao sudoeste do mar Morto), como um possível esconderijo. Podendo acomodar 250.000 pessoas, assim ofereceria proteção excelente. Esta região demarcada por Deus e denominada de “o deserto”, é chamada também de: (a) “lugar”. Ap 12.6; (b) “refúgio”. Is 16.4;
(c) “quartos”. Is 26.20, etc.

O ARCANJO MIGUEL
- Em Daniel 10.13, 21 e 12.1, sua missão específica é guardar, e proteger a nação israelita. Mas, é óbvio, pois, que suas atividades são as mais variadas, envolvendo uma vastíssima área. Isso nos fornece algum pensamento quanto a sua piedade, mesmo sendo guerreiro, e poderoso, e suas revelações no tocante ao ministério dos anjos dos quais se destaca como comandante:
- Em 1Ts 4.16, nos é dito que, o Arcanjo em foco virá com Jesus na sua Vinda. Isso nos leva a entender que, os anjos cooperam também no ministério da salvação (Hb 1.14). E outras passagens correlatas: Em Judas versículo 9, ele é visto a contender com o diabo “...a respeito do corpo de Moisés”: em Apocalipse 12.7, ele é visto a combater o “diabo e seus anjos” em defesa do céu. Em todas as passagens em que Miguel aparece no cenário da História Angelical, é sempre citado em conexão com a guerra e sempre triunfante.
- “Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus”:  “...nem mais o seu lugar se achou nos céus”. A batalha mais significativa de toda a história do mundo vai ser agora preparada. Forças celestes e forças infernais encontrar-se-ão neste conflito sombrio. João apresenta os Aliados (Miguel e seus anjos) e os Opositores (Satanás e seus anjos). A frase “guerra no céu” é um tanto espantosa. Depois do “silêncio no céu” (8.1) temos a “guerra no céu”. Por “céu” onde se ferirá a batalha não devemos compreender a presença imediata de Deus, mas a esfera que Satanás ocupou desde que foi expulso do lugar da habitação de Deus por causa de sua rebelião. O versículo em foco mostra como Satanás será expulso do céu (comparar com Jó 1.6).
-“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele”. A passagem de Lucas 10.18, pode ser paralela no que diz respeito ao tempo a desta secção, onde se lê: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu”. Desde sua expulsão dos céus, o seu caminho tem sido o da “descida”: para os ares (Is 14.12; Ef 2.2), para terra e o mar (Ap 12.12); para o abismo (Ap 20.1-7); para o lago do fogo (Ap 20.10); seu destino final!


A VITÓRIA
- “E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite”. O dragão na qualidade de “destruidor”, é um “leão que ruge” (1Pd 5.8); e na qualidade de “enganador”, é uma “serpente sedutora” (Gn capítulo 3.1 e ss). Mas, na qualidade de “Diabo”, é “acusador em grau supremo”. O termo grego “o acusante” dá a ideia de alguém cuja tarefa permanente é seu trabalho destruidor. Nesta condição de “acusador” ele é homicida tanto da vida física como espiritual (Jo 8.44).
- “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte”.
I. “...eles o venceram pelo sangue do Cordeiro”. Essas palavras podem ser confrontadas com Rm 8.31 e ss. Nada pode voltar-se contra nós e obter sucesso, se somos favorecidos por Deus, mediante o sangue de Cristo. Alguns dos escritos paralelos do judaísmo, tinham, freqüentemente semelhança no Apocalipse, por exemplo: “Os judeus tinham uma tradição que dizia que o “acusador de nosso irmãos” acusa os homens todos os dias do ano, exceto no dia da expiação”. Assim sendo, para o crente, todo o dia é um dia de expiação, e o precioso sangue do cordeiro de Deus, lhe proporciona o direito de ser sempre vencedor, tanto no tempo presente como na eternidade futura. A vitória é sempre por meio da pessoa de Cristo (2Co 2.14). Este versículo aponta para um segundo meio de vencer: “...e pela palavra do seu testemunho”. Em outras palavras foram fiéis como mártires, sustentando até ao fim a profissão cristã, a despeito de uma horrenda oposição.

A PERSEGUIÇÃO
- “Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo”.
. “...tem grande ira”. O termo (hoti) usado aqui para descrever “raiva fervente”.
.“...tem pouco tempo”. Essa é uma das causas de sua “grande ira”, pois lhe restam apenas três anos e meio depois vem sua prisão (Ap 20.1 e ss). É esse o único lugar na Bíblia que nos leva a
entender o limitado conhecimento (onisciência só para Deus) futurístico de Satanás: três anos e meio.
- “E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o varão”.
. A mulher foi perseguida pelo dragão, primeiramente no céu (v.4), e depois na terra (v.15). A cena é primeiramente descrita como quem está “no céu”, depois como quem está “na terra”. Alguns vêem nisso a “queda de Israel”. Essa interpretação é possível. A apostasia e a rejeição de Cristo retiraram da nação de Israel a sua antiga glória, como também a aprovação divina. Contudo Deus cumprirá todas a suas promessas por amor aos patriarcas.
 -“E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voassem para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente”.
. “...duas asas de grande águia”. Significa a proteção de Deus e os meios por ele usados. Seu cuidado e livramento são indicados desta maneira: “Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia, e vos trouxe a mim” (Êx 19.4); “Achou-no na terra do deserto... como a águia desperta o seu ninho, se move sobre os seus filhos, estende as suas asas, toma-os e os leva sobre as suas asas, assim só o Senhor o guiou...”(Dt 32.10-12).
. “Um tempo, e tempos, e metade de um tempo”. A presente expressão tem seu fundo histórico na passagem de Daniel 7.25. O sentido é: “um ano, dois anos, e metade de um ano”, mas por que se diz “tempo, e tempos, e metade de um tempo”, em vez de três anos e meio? Segundo o modo judaico de calcular, três anos juntos precisariam do acréscimo de um mês, de maneira que o período seria 1.290 dias (Dn 12.11) em vez de 1.260 dias (Dn 7.25; Ap 11.2, 3; 13.5); mas, referindo-se a um dos anos separadamente evita-se este resultado. Isso é confirmado em Ap 11.2, 3 quando a cidade de Jerusalém será pisada pelos gentios durante o tempo de 42 meses.
- “E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar”.
.“...água como um rio”. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, um rei poderoso, comandando os seus exércitos, é comparado a “uma corrente de águas”, conforme Is 8.7: “Eis que o Senhor fará vir eles as águas do rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria...”. Em Os 5.10 temos o simbolismo de Deus a enviar sua ira como “corrente de água”. Em sl 33.6 e 124.4; Is 43.2, lemos que os ímpios engolfam os justos, como se fossem “uma inundação”. Em Is 59.19 o inimigo é visto perseguindo a Israel “como uma corrente de água”. No texto em foco, cremos que o sentido é o mesmo, isto é, a “corrente de água” que o dragão lançou de sua boca, é retratado como “um poderoso exército” composto de súditos da Besta. Mas a exemplo de Coré e de seu grupo, foram tragados pela própria terra (Nm capítulo 16)
- “E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca”.
.“...e a terra ajudou a mulher”. Essa “corrente de água” (o exército) será absorvida antes de ter alcançado o lugar de “refúgio” preparado por Deus (Is 16.4). Deus usará tanto meios naturais como divinos. O certo é que a terra serviu de “bandeira” como diz o profeta Isaías (59.19):
“...vindo o inimigo como uma corrente de água, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua bandeira”. Alguns expositores do Apocalipse interpretam literalmente estes dois versículos (15 e 16); e, na realidade, nada há que impeça sua realização literal. Na passagem de Nm 16.31 diz que acabando Moisés de falar “...a terra que estava debaixo deles se fendeu. E a terra abriu a sua boca, e os tragou... e eles e tudo o que era seu desceram vivos ao sepulcro, e a terra os cobriu...”. O Salmo de número 55.15 retrata o assunto da mesma maneira: “A morte os assalte, e vivos os engula a terra...”. Seja como for, a proteção assegurada por 1.260 dias “fora da vista da serpente”. A terra, já que pertence a Deus, em última análise, está ao lado da bondade. Deus finalmente, fará o sistema da “terra” ficar submisso a si mesmo, quando do reino milenial de Cristo. O que Deus fará lá, pode ter sua introdução aqui.

A SEMENTE DA MULHER
“E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”.
.“...irou-se contra a mulher”. É esta já a oitava vez que aparece esta figura feminina nesta secção: (vs. 1, 4, 6, 13,15, 16, 17). C. C. Ryrie indica que a palavra grega aqui traduzida por “resto” ou “restante” conforme aparece no Apocalipse, “aplica-se a grupo de indivíduos selecionados, e não necessariamente a um remanescente espiritual”.
Naturalmente, essa semente da mulher perseguida, são aqueles que sobraram do número dos assinalados: os 144.000 (7.1-8); são os que guardam os mandamentos de Deus (a lei), e têm o testemunho (da morte de Cristo). Verdade é que profeticamente falando, João via Israel e a Igreja Cristã sofrerem perseguições. Mas, não devemos aplicar o presente texto à Igreja do Senhor, pois esta se encontrará, ao lado de Cristo, nas bodas do Cordeiro. Portanto, o resto da
semente da mulher perseguida, sem dúvida, é Israel.

CONCLUSÃO
   Embora, o dragão seja grande, vermelho, sedutor, temido, ele está derrotado. A vitória está assegurada. Caminhamos não para um final trágico ou incerto. Caminhamos para a consumação gloriosa de Cristo e da sua noiva. Que Deus seja louvado!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.