CAPÍTULO
15: A PREPARAÇÃO PARA AS TAÇAS DA IRA DE
DEUS
INTRODUÇÃO
1.
Nos capítulos 1 a 3, vimos que por meio da pregação da Palavra, aplicada ao coração
pelo Espírito Santo, igrejas são estabelecidas. Estas são candeeiros,
portadoras de luz no mundo que está em trevas. Elas são abençoadas pela
contínua presença espiritual de Jesus Cristo.
2.
Nos capítulos 4 a 7 vimos que o povo de Deus é perseguido repetidas vezes pelo mundo,
e exposto a muitas provas e aflições. É a abertura dos sete selos.
3.
Nos capítulos 8 a 11 os juízos de Deus visita repetidas vezes o mundo
perseguidor, mas este não se arrepende de seus pecados. São as sete trombetas
da ira de Deus.
4.
Nos capítulos 12 a 14 vimos que o conflito entre a igreja e o mundo, torna-se mais
intenso, mostrando um combate entre Cristo e Satanás, entre a semente da mulher
e o dragão.
5.
Agora, nos capítulos 15 a 16 surge uma pergunta: quando na história, as
trombetas do juízo, as pragas iniciais, não conduzem os homens ao
arrependimento e conversão, o que lhes acontece? O cálice da ira de Deus tem um
limite, e o meso será derramado. Essas taças são as últimas. Não há mais tempo
para arrependimento (Pv 29:1).
I. A
CONEXÃO ENTRE AS SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS E AS SETE TROMBETAS DE DEUS - V.1
1.
As trombetas advertem, as taças consumam a cólera de Deus - v. 1
• As
trombetas advertem, as taças são derramadas. Esses impenitentes são aqueles que
receberam a marca da besta (Ap 13:16; 16:2). Esses são aqueles que adoram o dragão
e são dominados pelas duas bestas e pela Babilônia, a grande meretriz.
•
Nas trombetas apenas um terço da terra, do mar, dos rios, do sol, dos homens
são atingidos, mas nas taças a ira de Deus se consuma (Ap 15:1).
2.
Tanto as trombetas como as taças referem-se ao mesmo período
• Já
temos visto que todas as sete seções paralelas referem-se ao mesmo período, ou seja,
o tempo da Grande Tribulação.
• A
medida que avançamos para o fim, as cenas vão se tornando mais fortes e o juízo
de Deus mais claro.
• As
trombetas são juízos parciais. São alertas de Deus. São avisos solenes de Deus,
mas as taças falam da ira sem mistura, da consumação da ira de Deus.
II.
UMA VISÃO DA IGREJA NA GLORIA ANTES DA DESCRIÇÃO DA IRA DE DEUS - V. 2-4
1.
João vê os sete anjos preparados para derramar sobre o mundo as sete taças da
sua ira consumada - v. 1
•
Sete é o número da plenitude. São sete anjos, com sete taças. Esses são anjos do
juízo. Eles trazem os últimos flagelos para os ímpios. Agora não é mais tempo
de oportunidade. A medida dos ímpios transbordou. Chegou o juízo. É a
consumação plena da ira de Deus.
2.
Antes dos anjos derramarem os flagelos sobre os ímpios, João vê a igreja na glória
- v. 2
•
João vê um mar (thalassa). Nele, ele vê uma multidão vitoriosa. Essa multidão é
composta dos vencedores da besta e eles estão cantando, enquanto os seguidores
da besta estão atormentados (15:2; 16:10,11).
a)
Onde está esse mar de vidro(hualinos) e fogo (pur)? Diante de trono (Ap 4:6),
no céu. A igreja está no céu, na glória. Esse mar de vidro simboliza a retidão
transparente de Deus revelada por meio de seus juízos sobre os ímpios.
b)
Quem é essa multidão? Os vencedores da besta. Eles venceram a besta sendo mortos
por ela.
c) O
que essa multidão está fazendo? Ela está com harpas de Deus, entoando um hino
de glória ao Senhor, todo poderoso (Ap 5:8).
d)
Que música essa multidão está cantando? O cântico de Moisés e do Cordeiro. O Êxodo
é um símbolo e tipo da redenção que temos em Cristo. Assim como Moisés triunfou
sobre Faraó e suas hostes, a igreja triunfa sobre o diabo e suas hostes. Esse é
um cântico de vitória! Assim como Moisés tributou a vitória a Deus (Ex 15:1-3),
os remidos também o fazem (Ap 15:3-4).
III.
OS ANJOS DOS ÚLTIMOS FLAGELOS SE PREPARAM PARA AGIR -V. 5-8
1.
Os sete anjos do flagelo saem do Santuário de Deus - v. 5-6
• O
santuário (naos e não hieron) era o lugar da habitação de Deus com o povo (Ex
25:8). No lugar santíssimo ficava a arca com as Tábuas da Lei. Isso significa
que os anjos saem do lugar onde ficava a Lei de Deus. Saem para demonstrar como
funciona a Lei de Deus. Saem para demonstrar mediante a vingança divina que
nenhum homem ou nação pode desafiar impunemente a vontade de Deus. Ninguém pode
desobedecer a Lei de Deus sem sofrer o castigo da Lei.
•
Aqui "Santuário" designa morada de Deus, o céu. Esses anjos vem da
presença de Deus e servem a Deus quando derramam os juízos. A igreja jamais
deve duvidar disso.
2.
Os sete anjos são ministros agentes de Deus - v. 6b
• As
vestimentas dos anjos simbolizam três coisas:
a)
Essas vestes eram peculiares dos sacerdotes - O sacerdote era uma espécie de intermediário
entre Deus e os homens. Ele representava Deus diante dos homens. Esses anjos
vêm ao mundo como representantes da ira vingadora de Deus.
b)
Essas vestes eram peculiares dos reis - Esses anjos vêm a terra para derramar
os flagelos finais da ira de Deus com o poder do Rei dos reis.
c)
Essas vestes eram peculiares dos habitantes do céu - Os anjos são habitantes do
céu que vêm à terra para executar os decretos de Deus.
3.
Os cálices (phiale, usado na libação – Nm 15.5,7.10; Fp2.17)) de ouro que os
anjos trazem estão cheios da ira de Deus - v. 7
•
Essas sete taças da ira de Deus estão cheias e elas atingem o mundo inteiro: a
terra, o mar, os rios, os astros, os homens, o ar. Ninguém pode esconder-se do
Deus irado.
Esse
dia será dia de trevas e não de luz. Os homens desmaiarão de terror.
• A
justiça de Deus é vingar as injustiças dos homens e ninguém pode deter esse
juízo nem desviá-lo.
•
Aqui não são catástrofes naturais nem os anjos maus que afligem os ímpios, mas
o próprio Deus irado (thymos = punição e fúria – ação x orgê = raiva e
indignação – estado).
4.
Os anjos do juízo saem do santuário cheio da fumaça inacessível da glória de
Deus - v. 8
•
Quando o tabernáculo ficou pronto no deserto a glória de Deus o encheu (Ex
40:34- 35), e Moisés não pode entrar. Quando o templo de Salomão foi
consagrado, a glória de Deus o encheu (1 Rs 8:10-11) e os sacerdotes não
puderam entrar. Quando Isaías viu a Deus no santuário, a glória de Deus o
encheu (Is 6:4), e as bases do limiar se moveram. Quando Ezequiel viu a glória
de Deus encher o templo ele caiu com o rosto em terra (Ez 44:4).
•
Essa idéia do Santuário cheio de fumaça, sugere duas idéias:
a)
Os propósitos de Deus serão obscuros para os homens - Eles não podem entender nem
penetrar nos inescrutáveis planos de Deus.
b) A
glória de Deus torna-se inacessível - Agora Deus está inacessível para tudo o mais.
O mesmo templo que era lugar de encontro com Deus, agora está fechado, inacessível.
Agora não tem mais tempo. Não há mais intercessão. Chegou a hora final. É a
consumação da cólera de Deus. É o dia do juízo, quando a ira sem mistura será derramada
sobre os ímpios (14:10). Qualquer oposição à sua glória será destroçada.
CONCLUSÃO
1.
Estes flagelos são a resposta de Deus ao último e maior esforço de Satanás para
derrubar o governo divino.
2.
Aqueles que parecem escapar agora do juízo dos homens e de Deus, jamais escaparão
do juízo final de Deus.
3.
Devemos nos voltar para Deus agora, enquanto é tempo, enquanto ele está perto. Chegará
o dia em que será tarde demais.
4.
Enquanto o mundo está maduro para o juízo, o mundo de Deus, a Palavra de Deus,
e o povo de Deus estão cheios de canções de adoração ao Senhor. A criação foi celebrada
com música. O nascimento de Jesus foi celebrado com música. A volta de Jesus
será celebrada com música.
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