CAPÍTULO
14: A VISÃO DOS SALVOS E DO JUÍZO
INTRODUÇÃO
No estudo anterior, dedicado aos capítulos
12 e 13, vimos as forças do mal procurando em vão, destruir a mulher vestida do
sol, que representa Israel, como o povo pelo qual o Messias veio à luz. Vimos
também essas forças tentando destruir os filhos dessa mulher. As duas armas
usadas por Satanás são a primeira e a segunda bestas.
Neste capítulo, Deus se contrapõe à Satanás
ao colocar em ação duas armas de ataque contra as forças do mal, que são o
Cordeiro (Cristo) e a foice (o juízo divino). Antes de relatar a batalha, que
ainda não acontece no capítulo 14, o apóstolo João se vale deste trecho para
trazer algumas certezas e advertências sobre o que há de ocorrer. Vejamos quais
são elas:
A) Há uma Ligação dos Remidos com as Hostes
Celestiais (14:1-5)
- Os
remidos selados estão de pé com o Cordeiro no Monte Sião - v. 1
- Os
remidos cantam no céu enquanto os adoradores da besta blasfemam -v. 2-3
- Os
remidos são totalmente separado do mundo - v. 4-5
- Os
remidos não se prostituíram com a grande meretriz (v. 4)
A
expressão não se contaminaram com mulheres e castos não se trata de celibato. A
Bíblia não considera o sexo no casamento uma contaminação; ao contrário, ela
exalta o casamento como imagem da mais elevada dignidade (Ap 19-22). Antes, é uma
expressão que denota pureza espiritual. João fala diversas vezes da idolatria
da besta como porneia (Ap 14:8; 17:2; 18:3,9; 19:2). Assim, os 144.000 são
virgens e castos no sentido de terem se recusado a se manchar, participando da
prostituição que é adorar a besta, mantendo-se puros em relação a Deus. Em
Sofonias 3.13 vemos um pouco do caráter destes 144.000.
-
são os seguidores do Cordeiro (v. 4) - Eles não seguiram a besta como todos os
demais (13:8), mas seguiram o Cordeiro (v. 14:4). Seguiram o Cordeiro, ainda
que para a morte (12:7). Os remidos são discípulos de Cristo. Eles ouvem a voz
do Pastor e o seguem (Jo 10:3-4). Eles negaram-se a si mesmos, tomaram a Cristo
e seguiram ao Senhor.
B) O Evangelho é Universal e Transcende o
Tempo (14:6-7)
Este trecho nos traz duas mensagens. O
Apóstolo João vê um anjo voando e proclamando a eternidade do Evangelho, o qual
é entregue a cada nação, tribo, língua e povo.
A Mensagem do Evangelho não pode ser
silenciada: Comprovando esta afirmação da visão de João, a História tem
demonstrado que não há conflito sobre a terra que tenha conseguido silenciar a
proclamação do Evangelho de forma definitiva.
A segunda mensagem que daqui se pode
extrair, é que todos as pessoas podem ser salvas, enquanto durar o tempo
propício. Antes do fim, há sempre oportunidades para alguém se voltar para
Deus. O Evangelho de Cristo Jesus assegura que todo aquele que Nele crer, não
perecerá, mas terá a vida eterna (João 3:16).
C) A Queda da Babilônia é Inevitável (14:8)
Em seqüência, um outro anjo proclama a queda
da Babilônia, "que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da
sua prostituição". Babilônia aqui simboliza um governo de influência
universal. Sua "prostituição" se refere simbolicamente à idolatria e
as abominações imposta pelo sistema. O profeta Isaías (Is 21.9), enfatiza a referência
profética sobre o mesmo assunto e Jeremias, segue o mesmo paralelismo (Jr
25.15).
D) A Ruína dos que Adoram a Besta (14:9-12)
A quarta verdade que aprendemos neste trecho
é que aqueles que adorarem a besta e não se arrependerem de seus pecados, estarão
condenados à ruína e ao sofrimento.
O fogo e o enxofre” estão em foco! Fogo e
enxofre são símbolos de terrível angústia (Is 30.33). No verso11, é revelado a
natureza deste “vinho”; será um julgamento de Deus a ser aplicado em caráter
eterno. Jesus falou do castigo eterno dos perversos (Mt 25.46), e advertiu
acerca do inferno de fogo, onde “o seu bicho não morre, e o fogo nunca se
apaga” (Mc 9.46, 48).
E) Os que Morrerem no Senhor recebem o
"Galardão". (14:13)
"Bem-aventurados os mortos que desde
agora morrem no Senhor". Estas são palavras de encorajamento e consolo
dirigidas aqueles que enfrentavam sofrimento e morte, ou que haviam perdido
entes queridos e amigos na perseguição movida pelo imperador romano. A parte
final do versículo afirma ainda que as obras dos que morrem no Senhor os
"acompanham". Isto significa que as obras feitas pelo crente, em nome
do Senhor Jesus, tornam-se parte da vida dos que a praticam, com resultados que
transcendem a sua vida física. Aqui
surge o conceito de "galardão", ou prêmio pelas obras realizadas. O
galardão não é para se obter a salvação pois esta é obtida pela fé em Jesus. O
galardão é o reconhecimento das obras realizadas pelo crente. Em uma comparação
simplista, alcançar (receber) a Salvação, é como ter sido aprovado ao final de
um curso enquanto que o galardão, seria a menção honrosa, o prêmio pelas boas
notas conseguidas.
F) Deus Exerce a Sua Justiça (14:14-20)
Vimos neste estudo, que uma das duas armas
usadas por Deus contra as forças do mal é o Cordeiro (Daniel 7.13). A segunda
arma, é a Sua justiça, representada simbolicamente pela foice afiada (oxos no
grego significa que corta rápido; afiada). É com a foice que o agricultor
separa o joio do trigo. De relance, João vê o processo da ceifa, quando o Filho
do Homem, o Senhor da Seara, "passa a sua foice sobre a terra",
separando os justos dos ímpios. Ao final da cena, um outro anjo, equipado
também com uma foice, "junta os cachos da videira da terra" e os
atira no lagar da "cólera de Deus". Os cachos de uva são pisados no
lagar, mas em vez de suco da uva, obtém-se sangue, até a altura dos freios dos
cavalos. Este é o retrato simbólico do transbordamento da ira de Deus dirigida
aqueles que negam a Sua soberania e recusam a Sua Salvação.
Quão terrível será esse julgamento no fim da
presente era e, é ilustrado pelo fato que o suco das uvas se transformou em
“sangue”. As “uvas” (os ímpios) serão lançadas no lagar, e assim terá início a
grande matança provocadas pela ira divina. Esta descrição refere-se ao momento
quando o Senhor Jesus iniciar a grande batalha do Armagedom, na região sul da
terra Santa, especialmente nas fronteiras de Edom e sua capital (Is 63.1). Ao
romper da aurora ele descerá ao vale com a rapidez da imaginação (Is 13.10; Zc
14.6-7; Ap 19.11 e ss). Seu primeiro contato na terra será no monte das
Oliveiras (Zc 14.4). A partir desse local seguirá para o extremo sul da
Palestina e começará a “pisar o lagar”; dali, para o monte Hermom no extremo
Norte (Sl 29; Is 63.1-6).
Ele
pisará o “lagar” sozinho, como sozinho consumou a grande obra na cruz: “Eu
sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; e os pisei na minha
ira, e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue (sangue dos inimigos de Cristo)
salpicou os meus vestidos, e manchei toda a minha vestidura. Porque o dia da
vingança estava no meu coração...” (Is 63.3, 4). Durante a dispensação da
graça, Cristo tem em seu coração “o dia da salvação”. Isso ilustrado em Lc 4.19
quando lendo a passagem de Is 61.2,
Jesus parou na frase: “...o ano aceitável do Senhor”, omitindo assim “...o dia
da vingança do nosso Deus”. Mas esse dia terminará com o arrebatamento da
Igreja, e logo a seguir virá “o dia da vingança” (cf. Ap 6.17).
CONCLUSÃO
Na humanidade só há dois grupos: os salvos e
os perdidos. Os adoradores da besta e os adoradores do Cordeiro, os que estarão
com Cristo no Monte Sião e que serão atormentados de dia e de noite. Aqueles
que estarão cantando e descansando no céu e aqueles que estarão atormentados
para sempre.
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